Agora....

Porque meu pulso é tão frágil, e intenso?
Porque meu permanecer é tão efêmero?
Porque ser único e verdadeiro de forma passageira?
Porque ser, estar e permanecer sempre eu?
E você e o nós, onde anda a sintonia de outrora perdida em gozo e aconchego?
Que hoje a noite seja breve para não perdurar o duro estar só.

Encarnado

Domingo tarde da noite inicio da madrugada véspera de feriado santo e após dois filmes recusados pelo cliente me encontro aqui, eu uma cerveja vulgar gelada, um abajur vermelho, e una película de Almodóvar com som da TV alto para sobrepor o barulho da maquina de lavar ativa as 02:00 da madrugada lavando minhas roupas coloridas, e diante de toda lisérgia cinematográfica de Almodóvar encarnada em tons de vermelho diante de mulheres a beira de um ataque de nervos, eu dou gargalhadas e fico leve , relevo a densidade da pedância de outros e desejo rever os tons de azul de outrora, os mesmos que em instantes me deixaram leves como as gargalhadas para Almodóvar.
Agora a sua obra se traduz em mim , em uma máquina de lavar com roupas coloridas ativa as 02:00 da manha, em um abajur vermelho, e uma cerveja vulgar gelada, se traduz nas minhas efusivas e leves gargalhadas.

Gostar só...

Contextualizo o gostar e vivencio o sempre estar só, perduro estar imerso no gostar só, e assim gostando de tudo e todos nunca se pode dizer que só estou.
Gosto de mim e de ti e sinto saudades de nós.